quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Indicação de filmes para educadores e estudantes de pedagogia


No âmbito da educação, existem vários temas que podem servir como objeto de estudo para estudantes de pedagogia e educadores.

São filmes que abordam, de maneira simples e eficaz, questões como a igualdade social e moral dos seus personagens. Conseguindo assim transmitir importantes mensagens aos telespectadores. 

Confira abaixo uma lista de filmes que oferecem entretenimento e ao mesmo tempo contribuem na sua vida como educador. 

1. A Onda (2009)

Título original: Die Welle
a onda filmes educação

Em uma escola da Alemanha, alunos têm de escolher entre duas disciplinas eletivas, uma sobre anarquia e a outra sobre autocracia. O professor Rainer Wenger é colocado para dar aulas sobre autocracia, mesmo sendo contra sua vontade. Após alguns minutos da primeira aula, ele decide, para exemplificar melhor aos alunos, formar um governo fascista dentro da sala de aula. Eles dão o nome de "A Onda" ao movimento, e escolhem um uniforme e até mesmo uma saudação. Só que o professor acaba perdendo o controle da situação, e os alunos começam a propagar "A Onda" pela cidade, tornando o projeto da escola um movimento real. Quando as coisas começam a ficar sérias e fanáticas demais, Wenger tenta acabar com "A Onda", mas aí já é tarde demais.

2. Como Estrelas na Terra (2007)

Título original: Taare Zameen Par
como estrelas na terra filmes educação
O jovem Ishaan tem muita dificuldade para se concentrar nos estudos, e mal consegue escrever o alfabeto. Depois de diversas reclamações da escola, o pai, que acredita que Ishaan não faz as tarefas por falta de compromisso, decide levá-lo a um internato, o que leva o menino a entrar em depressão. Mas, um professor substituto de artes, Nikumbh, logo percebe o problema de Ishaan, e entra em ação com seu plano para devolver a ele a vontade de aprender e, sobretudo, viver.

3. Entre os Muros da Escola (2009)

Título original: Entre les Murs
entre os muros da escola filmes educação

François Marin trabalha como professor de língua francesa em uma escola de ensino médio, localizada na periferia de Paris. Ele e seus colegas de ensino buscam apoio mútuo na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam algo ao longo do ano letivo. François busca estimular seus alunos, mas o descaso e a falta de educação são grandes complicadores.

4. Escola da Vida (2005)

Título original: School of Life
escola da vida filmes educação

O Sr. D. é o novo professor da cidade, ele é bonito, simpático e adorado por todos os alunos da Escola Fallbrook Middle. Ele também faz sucesso com os colegas professores, com exceção de Matt Warner, o professor de biologia do colégio. Werner está determinado a ganhar o Prêmio de Professor do Ano, mas teme perder sua chance para o novo, e admirado, educador.

5. O Sorriso de Mona Lisa (2004)

Título original: Mona Lisa Smile
o sorriso de mona lisa filmes educação

Katharine Watson é uma recém-graduada professora que consegue emprego no conceituado colégio Wellesley, para lecionar aulas de História da Arte. Incomodada com o conservadorismo da sociedade e do próprio colégio em que trabalha, Katharine decide lutar contra estas normas e acaba inspirando suas alunas a enfrentarem os desafios da vida.


6. O Clube do Imperador (2002)
Título original: The Emperor's Club

o clube do imperador filmes educação

William Hundert é um professor da St. Benedict's, uma escola preparatória para rapazes muito exclusiva que recebe como alunos a nata da sociedade americana. Lá Hundert dá lições de moral para serem aprendidas, através do estudo de filósofos gregos e romanos. Hundert ensina para os seus alunos que "o caráter de um homem é o seu destino" e se esforça para impressioná-los sobre a importância de uma atitude correta. Repentinamente algo perturba esta rotina com a chegada de Sedgewick Bell, o filho de um influente senador. Sedgewick entra em choque com as posições de Hundert, que questiona a importância daquilo que é ensinado.

7. Mr. Holland - Adorável Professor (1995)

Título original: Mr. Holland's Opus
MR. HOLLAND - ADORÁVEL PROFESSOR filmes educação

Em 1964 um músico decide começar a lecionar, para ter mais dinheiro e assim se dedicar a compôr uma sinfonia. Inicialmente ele sente grande dificuldade em fazer com que seus alunos se interessem pela música e as coisas se complicam ainda mais quando sua mulher dá luz a um filho, que o casal vem a descobrir mais tarde que é surdo. Para poder financiar os estudos especiais e o tratamento do filho, ele se envolve cada vez mais com a escola e seus alunos, deixando de lado seu sonho de tornar-se um grande compositor. Passados trinta anos lecionando no mesmo colégio, após todo este tempo uma grande decepção o aguarda.

8. Meu Mestre, Minha Vida (1989)

Título original: Lean on Me
meu mestre minha vida filmes educação

O professor Joe Clark é convidado pelo seu amigo Frank Napier para assumir o cargo de diretor em uma problemática escola de Nova Jersey. Autoritário e arrogante, Clark comanda com pulso firme e com métodos pouco ortodoxos, as vezes até violentos. Dessa forma, ele consegue com que alguns alunos da escola, que sofre com problemas de tráfico de drogas e violência, passem no exame de final de ano realizado pelo governo. Mesmo fazendo o bem para os alunos, seus métodos contraditórios atraem admiradores mas também inimigos.

9. O Grande Desafio (2007)

Título original: The Great Debaters
o grande desafio filmes educação

Melvin Thompson é um brilhante professor e amante das palavras. Embora tenha convicções políticas que possam atrapalhar sua carreira, ele decide apostar nos seus alunos para formar um grupo de debatedores e colocar a pequena Wiley College, do Texas, no circuito dos campeonatos entre as universidades. Mas o seu maior objetivo é enfrentar a tradição de Harvard diante de uma enorme platéia. Baseado em fatos reais.

10. O Líder da Classe (2008)

Título original: Front of the Class

o lider da classe filmes educação

Drama familiar inspirado na vida de Brad Cohen com síndrome de Tourette, que desafiou a doença para realizar o sonho de ser professor e superar as suas dificuldades.



11. Escritores da Liberdade (2007)

Título original: Freedom Writers

pedagogia

Uma jovem e idealista professora chega para dar aulas em uma escola de um bairro pobre, que está corrompido pela agressividade e violência. Os alunos se mostram rebeldes e sem vontade de aprender, e entre eles há uma constante tensão racial. Assim, para fazer com que os alunos aprendam e também falem mais de suas complicadas vidas, a professora Gruwell (Hilary Swank) lança mão de métodos diferentes de ensino. Aos poucos, os alunos vão retomando a confiança em si mesmos, aceitando mais o conhecimento, e reconhecendo valores como a tolerância e o respeito ao próximo.

12. Uma Mente Brilhante (2002)

Título original: A Beautiful Mind
 pedagogiaJohn Nash (Russell Crowe) é um gênio da matemática que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade e o tornou aclamado no meio onde atuava. Mas aos poucos o belo e arrogante Nash se transforma em um sofrido e atormentado homem, que chega até mesmo a ser diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos que o tratam. Porém, após anos de luta para se recuperar, ele consegue retornar à sociedade e acaba sendo premiado com o prêmio Nobel.

13. Música do Coração (1999)

Título original: Music of the Heart

pedagogiaQuando o marido de Roberta a trocou por uma amiga de família, ela deixou a segurança de sua pequena cidade e se mudou para o East Harlem com um objetivo: dar aulas às crianças e renovar a esperança da forma mais improvável, através da música com 50 violinos. Após 10 anos de ensino, a escola decide cancelar suas aulas. Apoiada por seus amigos e pela comunidade local, ela decide lutar para manter o curso em funcionamento.

 14. Gênio Indomável (1998)

Título original: Good Will Hunting

pedagogiaEm Boston, um jovem de 20 anos (Matt Damon) que já teve algumas passagens pela polícia e trabalhou como servente de uma universidade, revela-se um gênio em matemática e, por determinação legal, precisa fazer terapia, mas nada funciona, pois ele debocha de todos os analistas, até que se identificar com um deles.

15. Mentes Perigosas (1995)

Título original: Dangerous Minds

pedagogia
Louanne Johnson (Michelle Pfeiffer) é uma ex-militar que passa a ser professora em um colégio de afro-americanos, latinos e pessoas de uma comunidade pobre, quase todos rebeldes por natureza. Não conseguindo atenção de sua classe, ela passa a investir em métodos não-convencionais de ensino, como karatê, letras de Bob Dylan e acompanhamento pessoal.

 16. Sociedade dos Poetas Mortos (1990)

Título original: Dead Poets Society
 pedagogia
Em 1959, John Keating (Robin Williams) volta ao tradicionalíssimo internato Welton Academy, onde foi um aluno brilhante, para ser o novo professor de Inglês. No ambiente da respeitada escola, Keating torna-se uma figura polêmica e mal vista, pois acende nos alunos a paixão pela poesia e pela arte e a rebeldia contra as convenções sociais. Os estudantes, empolgados, ressuscitam a Sociedade dos Poetas Mortos, fundada por Keating em seu tempo de colegial e dedicada ao culto da poesia, do mistério e da amizade. A tensão entre disciplina e liberdade vai aumentando, os pais dos alunos são contra os novos ideais que seus filhos descobriram, e o conflito leva à tragédia.

17. O Preço do Desafio (1988)

Título original: Stand and Deliver

pedagogia
A trajetória de um professor boliviano, Jaime Escalante, contratado para dar aulas de matemática em um colégio americano de periferia. Mas, ao estilo de ''Ao Mestre Com Carinho'', descobre que os alunos são dos mais problemáticos, pouco preparados e completamente arredios. No entanto o professor insiste e consegue, com suas técnicas e muito amor, conquistar a todos.

18. O Despertar de Rita (1983)

Título: Educating  Rita
 pedagogia
Uma cabeleireira de 26 anos, Susan White (Julie Walters), que prefere ser chamada de Rita, procura ter formação uma universitária. Ela tem como orientador Frank Bryant (Michael Caine), um professor de literatura que é alcoólatra e divorciado, sendo que sua atual companheira, Julia (Jeananne Crowley), está tendo um caso com um amigo dele, Brian (Michael Williams). Se Bryant está cheio de problemas Rita também tem os seus, pois Denny (Malcolm Douglas), o marido dela, se incomoda ao ver a mulher estudando e anseia que fique logo grávida. Enquanto Rita cresce intelectualmente sob a tutela de Bryant, ela percebe que lhe faltava autoconfiança para ir adiante.

 19. O Homem Que Eu Escolhi (1973)

Título original: The Paper Chase
 pedagogia
James T. Hart é um estudante do primeiro ano de Direito na Universidade de Harvard. Seu maior desafio é sobreviver ao rígido e lendário professor Kingsfield, mas com a ajuda dos amigos da classe ele logo se torna um dos melhores alunos da turma. E, finalmente, ganha prestígio junto ao professor. O problema é que James novamente será provado quando descobre que a garota com quem está saindo é justamente a filha do professor.

20. Ao Mestre, Com Carinho (1967)

Título original: To Sir With Love

pedagogia

professor Mark Thackeray (Sidney Poitier) é engenheiro, mas ficou desempregado e resolveu dar aulas em Londres. Ele começa a ensinar alunos majoritariamente brancos em uma escola no bairro operário de East End. Thackeray se depara então com adolescentes indisciplinados e bagunceiros, que estão dispostos a arruinar suas aulas. Só que o engenheiro, acostumado com hostilidades, não se amedronta e enfrenta o desafio de ensinar uma turma de baderneiros. Ao receber um novo convite para voltar a atuar como engenheiro, ele tem que decidir se pretende seguir como mestre ou voltar ao antigo cargo.

21. Maria Montessori - Uma Vida Dedicada as Crianças (2007)
Título original: Maria Montessori: Una Vita Per i Bambini 

Maria Montessori - Uma Vida Dedicada as Crianças - Poster / Capa / Cartaz - Oficial 1

O filme conta a emocionante história da primeira mulher italiana formada em uma faculdade de medicina e de suas lutas contra o fascismo italiano pela aceitação de seu método de ensino, abordando seus dramas pessoais devido ao filho ilegítimo e aos costumes da época. A médica e professora Maria Montessori foi uma mulher à frente do seu tempo, que dedicou sua vida ao estudo e à pesquisa do mais fundamental e difícil problema do homem: a sua formação.


22. Quem Quer Ser um Milionário? (2008)
Título original: Slumdog Millionaire (Original)

Quem Quer Ser um Milionário?

Jamal Malik tem 18 anos, vem de uma família pobre das favelas de Mumbai, Índia, e está prestes a experimentar um dos dias mais importantes de sua vida. Ele é um jovem que trabalha servindo chá em uma empresa de telemarketing. Sua infância foi difícil, tendo que fugir da miséria e violência para conseguir chegar ao emprego atual. Um dia ele se inscreve no popular programa de TV "Quem Quer Ser um Milionário?" Visto pela TV por toda a população, Jamal está a apenas uma pergunta de conquistar o prêmio de 20 milhões de rúpias na versão indiana do programa Quem Quer Ser Um Milionário? No entanto, no auge do programa, a polícia prende o jovem Jamal por suspeita de trapaça. A questão que paira no ar é: como um rapaz das ruas pode ter tantos conhecimentos? Inicialmente desacreditado, ele encontra em fatos de sua vida as respostas das perguntas feitas.


Fonte:






terça-feira, 4 de junho de 2019

Tipos de ensino: Tradicional, Construtivista, Sócio construtivista, Progressista-humanista



Tipos de ensino: O que os diferencia?



Educação é uma das bases primordiais na vida de uma criança. O direito à educação é previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e é essencial para o pleno desenvolvimento infantil. E na hora de conhecer os tipos de ensino, o que é preciso levar em consideração?

Confira abaixo um resumo de cada proposta pedagógica:

Escola Tradicional
As escolas tradicionais surgiram na Europa do século XVIII e seguem um modelo de ensino e avaliação padronizados. Elas possuem foco no aprendizado voltado para a competitividade de vestibulares, por exemplo, e representam para os pais uma esperança de sucesso no futuro dos filhos.

Acredita que, para formar um estudante crítico e questionador, é necessário se ter uma base sólida de informação.

Porém, pela grande exigência por um alto desempenho dos alunos – que começa ainda na primeira infância – estas escolas passaram a ser questionadas por algumas famílias, educadores e profissionais da área da Educação e Psicologia, por exemplo.

Apesar dos bons resultados atingidos em rankings escolares, instituições de ensino tradicionais podem causar estresse e doenças emocionais em seus alunos com tanta pressão, exigência e excesso de conteúdos. Aumento de nervosismo, crises de insônia e depressão são exemplos de problemas que podem ser gerados pelo grau elevado de cobrança, ainda mais quando ele acontecer antes do amadurecimento da criança.

O ensino tradicional se baseia na tradição conteudista centrada no professor

O ensino tradicional valoriza o conhecimento e, quanto mais conteúdo o aluno aprende, melhor avaliado ele é pela instituição. Além de exigir bom desempenho, as escolas tradicionais tendem a ser mais rígidas também em regras de comportamento, como horário, frequência, uso de uniformes, e atitudes dentro da escola. 

A educação tradicional ainda é a mais procurada em todo o mundo, com filas de espera enormes por vagas em algumas escolas. Muitos pais buscam o ensino tradicional por o considerarem um investimento na vida da criança, como também um incentivo ao cumprimento de regras e costumes mais conservadores.

Escola Construtivista
O Construtivismo é o método alternativo de ensino mais difundido no Brasil. Inspirado nas ideias do psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), esse tipo de ensino foca no aprendizado como construção, onde a criança entende o mundo por assimilação e sempre com uso da sua realidade como referência, ou seja, ela utiliza de conhecimentos que já possui para compreender o novo.

No Construtivismo, a escola não tem um currículo rígido e propõe atividades que ajudam na ampliação do conhecimento infantil já existente.

Construtivismo: autonomia, criatividade e senso crítico da criança ou adolescente

Para Piaget, por exemplo, noções de quantidade, proporção, sequência e volume surgem em momentos diferentes do desenvolvimento infantil e de forma espontânea.

Assim, o aluno é visto como protagonista da aprendizagem, e o professor, como facilitador. Nas escolas desta pedagogia, os estudantes são incentivados a resolverem os problemas antes de o professor mostrar o caminho.

As ideias e teorias de alfabetização da psicóloga argentina e aluna de Piaget, Emilia Ferreiro, também são bases para algumas escolas construtivistas. Ela dizia que o aprendizado começa muito antes da escola e que crianças descobrem a escrita, por exemplo, sem estarem em uma instituição educacional. Ferreiro sugere que grande parte das crianças conseguem descobrir regras da escrita sozinhas, desde que imersas em um ambiente alfabetizante.

Escola Sócioconstrutivista
Vertente do Construtivismo, a escola sócio-construtivista se baseia nas ideias do psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934), que desenvolveu a teoria de que o conhecimento é adquirido a partir das relações interpessoais.

Para os sócio-construtivistas, o papel da linguagem é fundamental

Essa pedagogia acredita que o aluno aprende através da interação com grupos sociais, outros alunos e professores – estes, aliás, atuam como mediadores entre o a criança ou adolescente, seus conhecimentos e o mundo.

Com inspiração em Piaget, a escola sócio-construtivista estimula a criança a aprender a partir de suas experiências. O foco desta pedagogia está também na importância do trabalho e discussão em conjunto entre os alunos para uma melhor compreensão de pontos e vista diferentes.

Escola Progressista-humanista
Também derivada do Construtivismo, trabalha a criança com foco na progressão do seu conhecimento. Com foco na vivência grupal e equilibrada entre alunos e professores, a abordagem valoriza as diferenças e individualidades de cada um.

As relações intra e extraescolares são essenciais nesta pedagogia de ensino

A escola deve estimular o aluno, através do que ele já conhece, a superar desafios e alcançar um nível mais elevado de aprendizado.

Escola Democrática
Uma escola democrática é aquela que se baseia em uma pedagogia libertária, na qual os alunos são os atores centrais do processo educacional e os professores são facilitadores que auxiliam nas atividades, de acordo com o interesse do estudante. Além de usar instrumentos de pesquisa com alunos e pais, questões sobre convivência entre os estudantes ou entre a equipe escolar e a utilização do espaço, por exemplo, são discutidos em assembleias.A escola emprega a democracia e conceitos de cidadania, sempre com foco no estudante.  A linha democrática de ensino dá a alunos, professores, funcionários e pais direitos de participação na instituição.

O princípio da escola é voltado para que a criança tenha uma infância cheia de experiências com elementos da natureza e criação de brinquedos e brincadeiras. Já os alunos maiores, devem ter um espaço que se preocupe com as habilidades cognitivas e conteúdos, como também com as habilidades sócio-emocionais e a formação de valores e princípios.


Escola Montessori
A linha montessoriana, proposta pela médica e pedagoga italiana Maria Montessori (1870-1952), foi uma das primeiras a inserir questões afetivas na educação. No Brasil, somente no final dos anos 80 este método começou a se popularizar.

Maria Montessori elaborou uma teoria científica do desenvolvimento infantil com proposta pedagógica em um ensino ativo, no qual a criança cria um senso de responsabilidade a partir de seu próprio aprendizado. Primeira mulher italiana a se formar em medicina, ela dizia que o ambiente precisa ser rico em estímulos que despertem o interesse para a atividade e convidem a criança a conduzir suas próprias experiências.

A pedagogia montessoriana acredita que a concentração e o desenvolvimento infantil acontecem através da manipulação de objetos. Na sala de aula, tudo deve estar à altura das mãos das crianças e o professor é considerado um guia para o aprendizado.

Edimara Lima, diretora pedagógica da Prima Escola Montessori, em São Paulo, explica que ser montessoriano é, antes de tudo, ser um estudioso. “Um dos princípios de Montessori é a Educação Científica, isto nos obriga a estudar e inserir no nosso cotidiano as conquistas, descobertas e pesquisas da Psicologia, da Pediatria, e hoje da Neurologia mais do que tudo”, diz.

A escola, que recebe crianças do berçário (a partir de quatro meses) ao Ensino Fundamental 2, segue totalmente a linha montessoriana, com base em observar, buscar embasamento teórico e intervir. “Na sala montessoriana, como me explicou um garoto de quatro anos, ‘a gente brinca e a professora olha’. Isto permite que cada um mantenha seu ritmo de aprendizagem, sem pressões demasiadas ou cobranças descabidas, cada um tem seu tempo e o apoio necessário para trabalhar a si mesmo”, explica Edimara.

A pedagoga, que também faz parte do Conselho Nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia, diz que a escola montessoriana é uma grande vivência democrática, construída e reconstruída cotidianamente, mas com limites. “As crianças e os jovens devem ser autores do aprender e explorarem suas potencialidades e talentos, mas isso não se aprende ouvindo, mas sim vivendo”, conclui.

Acesso a pedagogias alternativas
No Brasil, as escolas com pedagogias alternativas de ensino são geralmente particulares, ou seja, gera um custo (às vezes bem alto) para as famílias e, por isso, não são acessíveis a tantos alunos.

Porém, em São Paulo, já há escolas públicas com foco neste tipo de ensino, como é o caso da Escola Municipal de Ensino Fundamental Desembargador Amorim Lima. A mudança para o atual projeto pedagógico, que segue a linha construtivista, foi aprovada e inserida na instituição pela diretora Ana Elisa Siqueira, com colaboração de pais, professores e alunos.

Com inspiração na Escola da Ponte, em Portugal, na Amorim Lima, cada aluno tem um educador tutor, que é responsável pela avaliação do estudante e o auxilia em todas as atividades. Lá, não há aulas expositivas (com exceção nas disciplinas de matemática, oficina de texto e inglês), e os alunos recebem roteiros com perguntas e tarefas que devem ser respondidas ou desenvolvidas por ele individualmente ou em grupo. Neste sistema, não há provas comuns, já que o conhecimento do estudante é avaliado pela qualidade destes roteiros e pela sua participação na escola.


https://lunetas.com.br/saiba-diferenciar-tipos-de-ensino-e-acerte-na-escolha-por-escola/

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Sugestão de Leitura


A elaboração deste texto, inicialmente, prendeu-se à necessidade de se utilizar, em sala de aula, um livro que versasse sobre as diversas tendências e práticas da educação, que fizesse uso de uma linguagem fácil, descomplicada, que englobasse ideias pedagógicas de diferentes épocas e de autores consagrados, com uma visão holística, sem perder o senso crítico. O livro enfoca as principais epistemologias (teorias do conhecimento), com suas tendências e práticas pedagógicas, desde a Idade Moderna da Europa Ocidental (séculos XV ao XVIII), com o objetivo de fornecer bases iniciais, ajudando a levar o leitor à reflexão sobre as diversas tendências pedagógicas e, em última instância, de contribuir para a popularização do conhecimento, como pensava o filósofo Antonio Gramsci, no início do século XX.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

BNCC na educação infantil: o guia completo das competências previstas




A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) é o documento que define o conjunto de aprendizagens essenciais que devem ser desenvolvidas pelos alunos na Educação Básica.

A BNCC é um documento construído coletivamente, envolvendo profissionais da educação de um país cujas dimensões abrangem 48% do continente sul americano. É um feito e tanto!

Na proposta desta terceira versão da BNCC, durante a Educação Básica, que é composta pela Educação Infantil, Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, “os alunos devem desenvolver dez competências gerais que pretendem assegurar, como resultado do seu processo de aprendizagem e desenvolvimento, uma formação humana integral que visa à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva” (BRASIL, 2016, p. 25).

Esta terceira versão abordou apenas a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, faltando, ainda, contemplar o Ensino Médio.

Primeira etapa da Educação Básica: a Educação Infantil
Segundo a terceira versão da BNCC, seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento devem ser assegurados para que as crianças tenham condições de aprender e se desenvolver, de acordo com os eixos estruturantes da Educação Infantil (interações e brincadeiras):

Conviver
Brincar
Participar
Explorar
Expressar
Conhecer-se
Fonte: BNCC (BRASIL, 2017, p. 23).

A BNCC também estabelece cinco campos de experiências, considerando os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, onde as crianças podem aprender e se desenvolver:

O eu, o outros e o nós
Corpo, gestos e movimentos
Traços, sons, cores e formas
Oralidade e escrita
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
Fonte: BNCC (BRASIL, 2017, p. 23).

Os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento são organizados em três grupos de faixas etárias, em cada campo de experiências:


O que se observa é que a nomenclatura bebês aparece apenas uma vez nesta proposta, mas não na divisão das etapas, sendo substituída por crianças de 0 a 1 ano e 6 meses.

Também é importante destacar o reconhecimento da Educação Infantil como complemento da educação familiar, articulando vivências e conhecimentos construídos pelas crianças já no ambiente que convive com a família.

Após a aprovação da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em dezembro de 2017, começaram as discussões visando a melhor forma de implementar as novas diretrizes da BNCC na Educação Infantil de todo o país.

Nessa etapa da Educação Básica, a BNCC define direitos de aprendizagem e os campos de experiências substituem as áreas do conhecimento do Ensino Fundamental. Em cada campo existem objetivos de aprendizado e desenvolvimento do aluno, em vez de unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades.

É responsabilidade das escolas garantir que seus alunos receberão, em sala de aula, as competências gerais estabelecidas pelo documento. Dessa forma, o cenário educacional nacional se torna mais justo e igualitário para todas as crianças.

Pensando nisso,  este artigo esclarece como trabalhar as competências gerais previstas na BNCC na Educação Infantil. 

Descubra o que é e quando a BNCC foi aprovada
A Base Nacional Comum Curricular é um documento que determina o conjunto de competências gerais que todos os alunos devem desenvolver ao longo da Educação Básica — que inclui a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.

Esse conhecimento pretende assegurar uma formação humana integral com foco na construção de uma sociedade inclusiva, justa e democrática. Para a primeira etapa da Educação Básica, a escola deve garantir seis direitos de desenvolvimento e aprendizagem, de forma que todas as crianças tenham oportunidades de aprender e se desenvolver.

Quando foi aprovada?
O primeiro texto sugerido no projeto foi discutido e elaborado em conjunto com 116 especialistas em educação. A proposta foi aberta à consulta pública até março de 2016, quando foi revisada.

Em maio do mesmo ano, a segunda versão do documento foi divulgada. Quase um ano depois, em abril de 2017, a terceira e última versão foi revelada e apresentada ao Conselho Nacional de Educação (CNE).

No mesmo ano, o CNE preparou audiências públicas em cinco regionais. O objetivo era alcançar colaborações para a elaboração da norma instituidora da BNCC. No dia 15 de dezembro, o projeto foi homologado e seguiu para a aprovação do Ministério da Educação (MEC).

A resolução que orienta e institui a implementação da BNCC na Educação Infantil e no Ensino Médio foi publicada no dia 22 de dezembro de 2017.

Qual é o prazo para implementação nas escolas?
Existe um comitê especial responsável por acompanhar a implantação da nova base nas escolas públicas e privadas, que deverá ocorrer até o dia 31 de dezembro de 2020.

Até lá, o grupo de especialistas deve propor debates, discussões acerca dos temas referentes aos desafios da implementação e nortear ações a serem tomadas pelo governo para a concretização do novo currículo.

Entenda as principais mudanças da BNCC
A grande mudança proposta pela BNCC na Educação Infantil está na definição de seis direitos fundamentais para as crianças de 0 a 5 anos:

conviver;
brincar;
participar;
explorar;
expressar;
conhecer-se.
Esses pontos serão melhor definidos mais adiante. Além disso, outros tópicos sofreram modificações e devem ser analisados para uma melhor aplicação da BNCC na Educação Infantil.

Alfabetização até o segundo ano
Antes, a alfabetização era prevista até o terceiro ano. Hoje, a estimativa é que se tenha alunos alfabetizados mais cedo. Essa medida tem como objetivo deixar a educação mais igualitária. Dessa forma, todos os alunos podem estar no mesmo nível básico de ensino.

Entretanto, o modelo ainda divide pais e professores. Quem não concorda justifica que o processo de aprendizado varia de criança para criança. Por isso, é importante resguardar o direito ao desenvolvimento natural de aquisição do conhecimento.

Predileção às ciências exatas
A BNCC na Educação Infantil tende ao fortalecimento das ciências exatas em relação às humanas. Isso acontece porque os alunos são mais incentivados a estudar gráficos, tabelas e a criar bancos de dados.

Além disso, o ensino da história, por exemplo, passa a ser na ordem cronológica dos fatos, em vez de ser apresentado como processos sociais interconectados. O ensino religioso, por sua vez, deixou de ser obrigatório e tornou-se optativo. Nesse contexto, cada escola pode escolher inseri-lo ou não em seus currículos.

Questões de gênero
Discussões acerca de temas como orientação sexual e identidade de gênero foram excluídas do currículo. Mesmo com a retirada dessas pautas, o MEC ainda se mostra aberto a debates acerca da alteridade e das pluralidades identitárias.

Mudança conceitual
Os campos de experiências da BNCC promovem uma mudança conceitual no currículo da Educação Infantil. Para a nova base, a criança não é mais apenas uma receptora das mensagens transmitidas pelos adultos, mas também é capaz de produzir cultura.

Nesse sentido, as propostas são a base estrutural pedagógica que devem guiar as escolas com os fundamentos necessários para cada etapa. Assim, a organização curricular está estruturada em cinco campos de experiência, que se baseiam nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI).

O eu, o outro e o nós
O convívio com outras pessoas faz as crianças constituírem uma maneira própria de agir, pensar e sentir. Elas passam a entender que existem outros modos de vida e pontos de vista diferentes.

Ao mesmo tempo, elas podem construir sua autonomia e senso de reciprocidade, autocuidado e interdependência com o meio. Dessa forma, o ideal é criar oportunidades para que os pequenos entrem em contato com outros grupos sociais e culturais.

Durante essas experiências, elas podem desenvolver a forma de perceber a si mesmas e ao outro. Assim, passam a valorizar a sua própria identidade sem desrespeitar os outros e reconhecendo as diferenças que nos representam como seres humanos.

Corpo, gestos e movimentos
Desde cedo, as crianças conseguem explorar o mundo, o espaço e os objetos por meio do corpo, com os sentidos, gestos e movimentos. Assim, elas estabelecem relações, brincam, se expressam e produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro e sobre o universo cultural e social.

Por meio das diferentes formas de expressão, como a dança, a música, o teatro e as brincadeiras de faz de conta, elas se expressam e se comunicam tanto com a linguagem quanto com o corpo e com as emoções.

Nesse campo de experiência, o corpo da criança ganha centralidade. Assim, a escola deve promover oportunidades para que ela possa explorar e vivenciar um amplo espectro de possibilidades.

Traços, sons, cores e formas
As crianças podem vivenciar experiências diversificadas, além de várias formas de linguagens e expressões, por meio do contato com diferentes manifestações culturais, artísticas e científicas no cotidiano da escola.

Essas experiências colaboram para que, desde muito cedo, os pequenos desenvolvam senso crítico e estético. Além disso, elas aprimoram o conhecimento de si mesmas, dos outros e da realidade na qual estão inseridas.

Assim, a Educação Infantil precisa possibilitar a participação das crianças em produções que envolvem música, dança, teatro, artes visuais e audiovisual. O objetivo é favorecer o desenvolvimento da criatividade, da sensibilidade e da expressão pessoal.

Escuta, fala, pensamento e imaginação
Durante a Educação Infantil, é necessário estimular os pequenos a ouvir e a falar, por meio de experiências que potencializam sua participação na cultura oral.

É escutando histórias, participando de conversas e ouvindo narrativas em múltiplas linguagens que a criança se estabelece ativamente como sujeito singular e pertencente a um grupo social.

O contato com a literatura infantil proposto e mediado pelo educador contribui para o desenvolvimento do gosto pela leitura, além de estimular a imaginação e ampliar o conhecimento de mundo. Ainda nesse sentido, a imersão na cultura escrita deve partir das curiosidades e dos conhecimentos prévios.

O contato com fábulas, contos, histórias e poemas, entre outros, também propicia a familiaridade com os livros e com os diferentes gêneros literários. Nesse convívio, as crianças vão desenvolvendo hipóteses sobre a escrita, que se apresentam, inicialmente, em forma de rabiscos.

Isso faz com que elas, aos poucos, conheçam as letras do alfabeto, mesmo que em caligrafias não convencionais e espontâneas. Porém, isso já indica sua compreensão da escrita como forma de comunicação e representação da língua.

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
As crianças estão inseridas em tempos e espaços de dimensões diferentes e sempre procuram se situar, seja em casas, ruas e bairros ou em entender o que é noite, dia, hoje ou ontem.

Elas também demonstram curiosidades sobre o mundo físico, como seu próprio corpo, os animais, as plantas, os fenômenos climáticos e as transformações da natureza. O mesmo ocorre com o mundo sociocultural e a busca para entender as relações sociais e de parentesco entre as pessoas conhecidas.

Portanto, a Educação Infantil deve fornecer experiências nas quais as crianças façam suas próprias observações, manipulem objetos, investiguem e explorem seu entorno, levantem hipóteses e consultem fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidades.

Veja qual é o papel dos professores na BNCC
O professor é o principal agente de aplicação da BNCC na Educação Infantil. Os profissionais encontrarão uma série de desafios e deverão aprender a desenvolver as competências do aluno, além de colocar a pedagogia diferenciada em prática e garantir todos os direitos de aprendizagem.

Para isso, o primeiro passo é capacitar os docentes. Sem a formação continuada, a BNCC não será concretizada. Porém, algumas questões ainda precisam ser respondidas, entre elas: como preparar os professores? Como fazer a implementação de forma igualitária?

Se quem está ensinando não souber sobre o que está falando, não será possível transmitir o conhecimento de forma correta para os alunos. Como existem profissionais em fase inicial e outros com anos de carreira, a melhor maneira de falar com pessoas tão distintas é mapeando as dificuldades individuais.

A formação dos docentes precisa estar atenta às demandas do século XXI e às necessidades dos alunos. Isso corresponde a receber uma formação contextualizada e que prioriza o protagonismo estudantil.

Atualmente, o professor não é mais apenas aquele que leciona. É importante saber dialogar com o aluno que, por sua vez, também ensina enquanto aprende. Assim, ele se torna corresponsável por um processo em que todos se beneficiam.

Dessa forma, a formação dos professores voltada inteiramente para as aulas expositivas deve ser aposentada. Nesse contexto, o foco deve ser na aprendizagem por meio de experiências práticas, pesquisas e pelo envolvimento com a família.

Para o mediador entrar em cena, ou seja, aquele que mostra caminhos, auxilia e orienta, deixando que o aluno trilhe a sua própria via na construção do conhecimento, é preciso que o professor na educação infantil se reinvente.

O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) elaborou um documento que orienta para o aprimoramento das políticas voltadas à formação continuada de professores, visando a implementação dos currículos adaptados à BNCC.

Para tal fim, é necessário entender quais são as reais necessidades dos educadores e como eles já estão contribuindo para a nova formação das crianças.

Conheça e saiba como desenvolver as competências previstas na BNCC
A BNCC definiu 10 competências gerais que são associações de conhecimentos de acordo com os princípios estéticos, políticos e éticos, com o objetivo de promover a formação humana em suas múltiplas dimensões.

Com isso, o ensino passa a perpetuar uma comunicação integral, mobilizando conhecimentos, valores, atitudes e habilidades para preencher as demandas do cotidiano. Assim, o crescimento do aluno como cidadão é incentivado.

Conheça cada uma das competências previstas e entenda como elas podem ser desenvolvidas nas escolas.

Conhecimento
Visa valorizar e utilizar o entendimento sobre o mundo físico, digital, social e cultural. Assim, é possível entender e explicar a realidade, além de continuar aprendendo e contribuindo com a sociedade.

Como incentivo ao desenvolvimento dessa competência, a escola pode incentivar a curiosidade, a vontade de aprender e relacionar o conhecimento com aplicações práticas.

Pensamento científico, crítico e criativo
Se refere a exercitar a curiosidade intelectual e a usar as ciências com criatividade e criticidade para averiguar causas, preparar e testar hipóteses, formular problemas e desenvolver soluções.

O foco do incentivo, aqui, está na mobilização para conquistar novas habilidades e desenvolver o processo cognitivo, como a memória, a atenção, a percepção e o raciocínio. Assim, o aluno investiga sobre o assunto e apresenta soluções com o conhecimento adquirido.

Repertório cultural
Essa competência objetiva valorizar as diversas manifestações culturais e artísticas para aproveitar e participar de práticas variadas dessas produções.

As escolas devem, então, promover uma maior consciência multicultural, com incentivo à experimentação e à curiosidade. Dessa maneira, o aluno pode se expressar com a arte, compreender sua identidade e desenvolver senso de pertencimento.

Comunicação
Permite usar diferentes linguagens para expressar e partilhar informações, ideias, experiências e sentimentos. A partir dessa competência, o aluno é capaz de produzir sentidos que levam ao entendimento mútuo.

Para isso, é importante promover o domínio de diferentes conjuntos da comunicação, da linguagem e do letramento, promovendo momentos de escuta e de fala, de forma que a criança se manifeste com interesse, respeito e curiosidade.

Cultura digital
Se refere a compreender, criar e utilizar tecnologias digitais de maneira crítica, significativa e ética. Assim, é possível que o aluno se comunique, acesse e produza informações e conhecimentos, resolva problemas e exerça seu protagonismo.

Nesse sentido, cabe à escola promover o contato com ferramentas digitais, linguagens de programação e produção multimídia. É importante que tudo seja feito de forma ética.

Trabalho e Projeto de Vida
A sexta competência pretende que o aluno aprenda a valorizar e a apropriar-se de experiências e conhecimentos para compreender o mundo do trabalho e tomar decisões mais alinhadas à cidadania e ao seu projeto de vida.

Tudo isso com criticidade, liberdade, autonomia e responsabilidade. O incentivo dessa habilidade inclui permitir a compreensão sobre o valor do esforço e desenvolver capacidades como autoavaliação e determinação.

Argumentação
Aprender a argumentar com base em dados, fatos e informações confiáveis é fundamental para a vida social. Isso permite formular, negociar e defender pontos de vista, ideias e decisões comuns.

A escola pode conscientizar sobre modos de expressão e incentivar o reconhecimento de pontos de vista diferentes, por meio de debates e rodas de conversa. Sempre com base nos direitos humanos, consumo responsável, consciência socioambiental e ética.

Autoconhecimento e autocuidado
O oitavo ponto é referente a conhecer-se e compreender-se na grande diversidade humana e, a partir do seu entendimento como indivíduo, aprender a apreciar a si mesmo.

O objetivo é gostar de cuidar da própria saúde física e emocional, reconhecendo suas emoções e as dos outros, mantendo a autocrítica.

O incentivo vem do reconhecimento dos sentimentos e das emoções e como eles influenciam em suas atitudes. O ambiente escolar precisa desenvolver as habilidades emocionais individuais para formar cidadãos mais equilibrados e seguros.

Empatia e cooperação
O exercício da empatia, do diálogo, da cooperação e da resolução de conflitos serve para propagar o respeito e promover o apreço ao outro e aos direitos humanos. Tudo isso deve ocorrer com o acolhimento e com a valorização da diversidade, sem qualquer tipo de preconceito.

A escola deve, então, incentivar o diálogo e a atuação do interlocutor como mediador de conflitos e acolhedor da perspectiva do outro, sempre se colocando no lugar do colega.

Responsabilidade e cidadania
A última competência se refere a como agir pessoal e coletivamente com responsabilidade, autonomia, resiliência, flexibilidade e determinação, para tomar decisões com base em princípios democráticos, éticos, inclusivos, solidários e sustentáveis.

A sala de aula pode ser um ambiente que expõe problemas atuais e promove a participação ativa na avaliação e resolução dessas questões, considerando desafios como interesses individuais e valores conflitantes.

Saiba como garantir os direitos de aprendizagem em seus alunos
Outro grande desafio para as escolas é efetivar cada um dos seis direitos de aprendizagem definidos pela BNCC na Educação Infantil. Entenda, a seguir, o que diz cada um deles e como o educador pode trabalhar em sala de aula.

Conviver
Direito de conviver com outros indivíduos, em pequenos e grandes grupos, usando diferentes linguagens e aumentando o conhecimento de si e do outro. É importante manter o respeito em relação às diferenças pessoais e culturais.

Para isso, a escola pode oferecer situações em que as crianças consigam interagir e brincar com os colegas. Jogos, por exemplo, promovem oportunidades de convívio nas quais é necessário respeitar regras.

Brincar
Brincar diariamente, em diferentes formas, espaços e tempos, com vários companheiros, amplia e diversifica o acesso dos pequenos às produções culturais.

Além disso, as brincadeiras desenvolvem a imaginação, os conhecimentos, a criatividade, as experiências corporais, sociais, emocionais, sensoriais, cognitivas e relacionais.

Para garantir esse direito, as recreações devem estar presentes na rotina da criança. Elas precisam ser variadas e planejadas, acontecendo em espaços abertos e fechados, em pequenos e grandes grupos, assim por diante.

Dessa forma, os alunos também constroem a autonomia e escolhem suas atividades favoritas, criam as próprias regras, inventam desafios e brincam livremente.

Participar
A BNCC diz que é importante para o aluno participar ativamente, com outras crianças e outros adultos, tanto do planejamento da gestão escolar e das atividades de aprendizado infantil sugeridas pelo professor quanto da realização das ações da vida cotidiana.

Isso inclui envolver-se com a escolha dos materiais, das brincadeiras e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e produzindo conhecimento, se posicionando e tomando decisões.

Uma boa forma de garantir esse direito é propondo a construção de casinhas de brinquedo. O educador pode planejar como ela será montada, separar os materiais e pedir para os alunos que a construam. Isso permite que eles decidam a estrutura, a cor, e assim por diante.

Explorar
Explorar gestos, movimentos, formas, sons, texturas, palavras, cores, transformações, histórias, relacionamentos, emoções, elementos da natureza e objetos, dentro e fora da escola, amplia os saberes sobre a cultura.

Isso ocorre em suas diferentes modalidades: na escrita, nas artes, na tecnologia e na ciência. Para isso, é essencial permitir que os pequenos explorem os materiais sozinhos.

Expressar
A BNCC na Educação Infantil diz que a criança tem o direito de expressar, como sujeito criativo, dialógico e sensível, suas emoções, necessidades, dúvidas, sentimentos, descobertas, hipóteses, questionamentos e opiniões — novamente, por meio de diferentes linguagens.

Assim, a escola pode promover momentos de fala em rodas de conversa para que os pequenos tenham esse direito garantido. Outra opção é criar assembleias e conselhos em que eles possam votar e argumentar sobre decisões que afetam o coletivo.

Conhecer-se
Conhecer-se e construir sua identidade social, cultural e pessoal, criando uma imagem positiva de si e de seu grupo de pertencimento, nas diversas experiências e interações vivenciadas dentro e fora do ambiente escolar.

Boa parte das práticas ajudam a garantir esse direito, mas novas ações estratégicas podem ser pensadas. Para os bebês, por exemplo, é possível deixá-los em frente a espelhos para que se observem.

Conclusão
Como é possível perceber, é muito importante que a escola vá além dos conteúdos básicos e efetive uma proposta voltada para uma formação humana com cidadania e ética. Para isso, é necessário adaptar e inserir temas conectados às necessidades da sociedade atual no contexto educacional.

Os impactos da BNCC na Educação Infantil serão profundos e positivos, especialmente no que diz respeito à normalização dos assuntos ministrados. Dessa forma, o ensino tende a se tornar mais humanizado e mais relacionado com as demandas das gerações atuais.


Fontes:https://educacaoinfantil.aix.com.br/bncc-na-educacao-infantil-o-guia-completo/

http://download.basenacionalcomum.mec.gov.br/

http://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2017/03/BNCC-Guia-de-Leitura.pdf