Pesquisar como alguém incorpora um novo conhecimento, como o constrói foi o pontapé inicial de sua “teoria”. Postula que ao se deparar com algo novo, o indivíduo tenta remetê-lo a qualquer coisa com que já tenha tido contato, que já conheça. Imaginemos que nossa cabeça fosse um gavetão de arquivos, com várias pastas suspensas (que antigo, isto nem é mais usado!) onde categorizamos tudo aquilo que sabemos. Assim que temos contato com algo novo, é como se abríssemos este gavetão para procurarmos algo similar, parecido, nas pastas suspensas (categorias) que já possuímos, mas não encontramos nada similar.
A esta primeira estranheza do novo, Piaget nomeou assimilação, isto é, reconhecer alguma coisa como diferente do que eu já conheço. A partir deste reconhecimento, do contato com a novidade, da experimentação, o indivíduo refina seus conhecimentos e incorpora uma nova informação, o que proporciona a criação de um novo conceito, nova categoria, o surgimento de uma nova pasta suspensa em nosso gavetão (ou a criação de uma subpasta).
A esta nova partição criada, organizada, sistematizada Piaget chama de esquema. Incorporado novo esquema mental, assume-se a acomodação, que define um conhecimento aprendido, incorporado, introjetado.
Depois de algumas experiências com cavalos, desenhos, leituras, visualizações,
comparações a criança conseguiu criar nova categoria – cavalo.
O reconhecimento do cavalo equivale ao conceito de acomodação. Agora a criança
já sabe o que é cavalo e o que é cachorro. Toda esta seqüência acontecida, do olhar algo novo a apreendê-lo, é o definido como processo de equilibração, para Piaget.
Recapitulando:
1.Criança conhece cachorro – está na chamada zona de equilíbrio, de conforto.
2. É apresentada a um cavalo – tenta categorizá-lo como cachorro, mas não
consegue, é diferente – zona de desequilíbrio, de desconforto.
3. De tantas experiências com um cavalo, aprende a categorizá-lo – zona de
equilíbrio, de conforto novamente.
A função do professor nesta perspectiva é “desequilibrar os esquemas
mentais do aluno”, oferecer desafio compatível àquilo que conhece. É
necessário um mecanismo contínuo de sondagem dos conhecimentos prévios dos
alunos para perceber necessidades de intervenção.
Piaget organizou também os chamados estágios de desenvolvimento, que
determinam o nível maturacional da criança, quais suas apropriações de acordo
com seu tempo. Suas principais características:
1º período: Sensório-motor (0 a 2 anos)
Período de percepção, sensação e movimento.
É regido pela inteligência prática.
2º período: Pré-operatório (2 a 7 anos)
Função simbólica – linguagem – comunicação
Egocentrismo (reconhece, assume, percebe o seu ponto de vista)
Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação – finalismo
Jogo simbólico = faz de conta, imaginário
Animismo – características humanas a seres inanimados
Realismo – materializar suas fantasias
Artificialismo – explicar fenômenos da natureza através de atitudes humanas
3º período: Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos)
Reorganiza, interioriza, antecipa ações
Diferencia real e fantasia
Estabelece relações e admite diferentes pontos de vista
Tem noções de tempo, velocidade, espaço, causalidade
4º período: Operações formais (11 ou 12 anos em diante)
Esquemas conceituais abstratos
Valores pessoais
Sugestões de leitura: Clique na imagem para consultar os preços
Tudo que julgamos saber sobre a inteligência, sua origem, gênese, fases diferentes do desenvolvimento, Jean Piaget focaliza num trabalho que é o resultado de quarenta anos de pesquisas.
Em Psicologia e Pedagogia o problema estudado pelo Autor é o dos novos métodos psicológicos aplicados à pedagogia. Uma revisão geral se impõe: a concepção que fazemos da disciplina, a organização do trabalho escolar individual ou em equipe, as relações entre a criança e o mestre ou professor, a aquisição do saber etc.
Trata-se de um estudo das descobertas e métodos psicológicos e sua aplicação à Pedagogia, sintetizando o que Jean Piaget considera como objetivos da educação. A obra responde de maneira direta a uma pergunta fundamental, da qual dependerá grande par te da orientação e dos métodos educacionais: a capacidade de pensamento e de aprendizado da criança é passível de desenvolvimento? Nenhum outro educador contribuiu com melhores esclarecimentos para o assunto do que Jean Piaget, cujo trabalho de toda uma vida estudando o comportamento da criança nos proporcionou uma nova concepção a respeito do desenvolvimento do pensamento e da linguagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário