quinta-feira, 16 de maio de 2019

BNCC na educação infantil: o guia completo das competências previstas




A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) é o documento que define o conjunto de aprendizagens essenciais que devem ser desenvolvidas pelos alunos na Educação Básica.

A BNCC é um documento construído coletivamente, envolvendo profissionais da educação de um país cujas dimensões abrangem 48% do continente sul americano. É um feito e tanto!

Na proposta desta terceira versão da BNCC, durante a Educação Básica, que é composta pela Educação Infantil, Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, “os alunos devem desenvolver dez competências gerais que pretendem assegurar, como resultado do seu processo de aprendizagem e desenvolvimento, uma formação humana integral que visa à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva” (BRASIL, 2016, p. 25).

Esta terceira versão abordou apenas a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, faltando, ainda, contemplar o Ensino Médio.

Primeira etapa da Educação Básica: a Educação Infantil
Segundo a terceira versão da BNCC, seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento devem ser assegurados para que as crianças tenham condições de aprender e se desenvolver, de acordo com os eixos estruturantes da Educação Infantil (interações e brincadeiras):

Conviver
Brincar
Participar
Explorar
Expressar
Conhecer-se
Fonte: BNCC (BRASIL, 2017, p. 23).

A BNCC também estabelece cinco campos de experiências, considerando os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, onde as crianças podem aprender e se desenvolver:

O eu, o outros e o nós
Corpo, gestos e movimentos
Traços, sons, cores e formas
Oralidade e escrita
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
Fonte: BNCC (BRASIL, 2017, p. 23).

Os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento são organizados em três grupos de faixas etárias, em cada campo de experiências:


O que se observa é que a nomenclatura bebês aparece apenas uma vez nesta proposta, mas não na divisão das etapas, sendo substituída por crianças de 0 a 1 ano e 6 meses.

Também é importante destacar o reconhecimento da Educação Infantil como complemento da educação familiar, articulando vivências e conhecimentos construídos pelas crianças já no ambiente que convive com a família.

Após a aprovação da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em dezembro de 2017, começaram as discussões visando a melhor forma de implementar as novas diretrizes da BNCC na Educação Infantil de todo o país.

Nessa etapa da Educação Básica, a BNCC define direitos de aprendizagem e os campos de experiências substituem as áreas do conhecimento do Ensino Fundamental. Em cada campo existem objetivos de aprendizado e desenvolvimento do aluno, em vez de unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades.

É responsabilidade das escolas garantir que seus alunos receberão, em sala de aula, as competências gerais estabelecidas pelo documento. Dessa forma, o cenário educacional nacional se torna mais justo e igualitário para todas as crianças.

Pensando nisso,  este artigo esclarece como trabalhar as competências gerais previstas na BNCC na Educação Infantil. 

Descubra o que é e quando a BNCC foi aprovada
A Base Nacional Comum Curricular é um documento que determina o conjunto de competências gerais que todos os alunos devem desenvolver ao longo da Educação Básica — que inclui a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.

Esse conhecimento pretende assegurar uma formação humana integral com foco na construção de uma sociedade inclusiva, justa e democrática. Para a primeira etapa da Educação Básica, a escola deve garantir seis direitos de desenvolvimento e aprendizagem, de forma que todas as crianças tenham oportunidades de aprender e se desenvolver.

Quando foi aprovada?
O primeiro texto sugerido no projeto foi discutido e elaborado em conjunto com 116 especialistas em educação. A proposta foi aberta à consulta pública até março de 2016, quando foi revisada.

Em maio do mesmo ano, a segunda versão do documento foi divulgada. Quase um ano depois, em abril de 2017, a terceira e última versão foi revelada e apresentada ao Conselho Nacional de Educação (CNE).

No mesmo ano, o CNE preparou audiências públicas em cinco regionais. O objetivo era alcançar colaborações para a elaboração da norma instituidora da BNCC. No dia 15 de dezembro, o projeto foi homologado e seguiu para a aprovação do Ministério da Educação (MEC).

A resolução que orienta e institui a implementação da BNCC na Educação Infantil e no Ensino Médio foi publicada no dia 22 de dezembro de 2017.

Qual é o prazo para implementação nas escolas?
Existe um comitê especial responsável por acompanhar a implantação da nova base nas escolas públicas e privadas, que deverá ocorrer até o dia 31 de dezembro de 2020.

Até lá, o grupo de especialistas deve propor debates, discussões acerca dos temas referentes aos desafios da implementação e nortear ações a serem tomadas pelo governo para a concretização do novo currículo.

Entenda as principais mudanças da BNCC
A grande mudança proposta pela BNCC na Educação Infantil está na definição de seis direitos fundamentais para as crianças de 0 a 5 anos:

conviver;
brincar;
participar;
explorar;
expressar;
conhecer-se.
Esses pontos serão melhor definidos mais adiante. Além disso, outros tópicos sofreram modificações e devem ser analisados para uma melhor aplicação da BNCC na Educação Infantil.

Alfabetização até o segundo ano
Antes, a alfabetização era prevista até o terceiro ano. Hoje, a estimativa é que se tenha alunos alfabetizados mais cedo. Essa medida tem como objetivo deixar a educação mais igualitária. Dessa forma, todos os alunos podem estar no mesmo nível básico de ensino.

Entretanto, o modelo ainda divide pais e professores. Quem não concorda justifica que o processo de aprendizado varia de criança para criança. Por isso, é importante resguardar o direito ao desenvolvimento natural de aquisição do conhecimento.

Predileção às ciências exatas
A BNCC na Educação Infantil tende ao fortalecimento das ciências exatas em relação às humanas. Isso acontece porque os alunos são mais incentivados a estudar gráficos, tabelas e a criar bancos de dados.

Além disso, o ensino da história, por exemplo, passa a ser na ordem cronológica dos fatos, em vez de ser apresentado como processos sociais interconectados. O ensino religioso, por sua vez, deixou de ser obrigatório e tornou-se optativo. Nesse contexto, cada escola pode escolher inseri-lo ou não em seus currículos.

Questões de gênero
Discussões acerca de temas como orientação sexual e identidade de gênero foram excluídas do currículo. Mesmo com a retirada dessas pautas, o MEC ainda se mostra aberto a debates acerca da alteridade e das pluralidades identitárias.

Mudança conceitual
Os campos de experiências da BNCC promovem uma mudança conceitual no currículo da Educação Infantil. Para a nova base, a criança não é mais apenas uma receptora das mensagens transmitidas pelos adultos, mas também é capaz de produzir cultura.

Nesse sentido, as propostas são a base estrutural pedagógica que devem guiar as escolas com os fundamentos necessários para cada etapa. Assim, a organização curricular está estruturada em cinco campos de experiência, que se baseiam nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI).

O eu, o outro e o nós
O convívio com outras pessoas faz as crianças constituírem uma maneira própria de agir, pensar e sentir. Elas passam a entender que existem outros modos de vida e pontos de vista diferentes.

Ao mesmo tempo, elas podem construir sua autonomia e senso de reciprocidade, autocuidado e interdependência com o meio. Dessa forma, o ideal é criar oportunidades para que os pequenos entrem em contato com outros grupos sociais e culturais.

Durante essas experiências, elas podem desenvolver a forma de perceber a si mesmas e ao outro. Assim, passam a valorizar a sua própria identidade sem desrespeitar os outros e reconhecendo as diferenças que nos representam como seres humanos.

Corpo, gestos e movimentos
Desde cedo, as crianças conseguem explorar o mundo, o espaço e os objetos por meio do corpo, com os sentidos, gestos e movimentos. Assim, elas estabelecem relações, brincam, se expressam e produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro e sobre o universo cultural e social.

Por meio das diferentes formas de expressão, como a dança, a música, o teatro e as brincadeiras de faz de conta, elas se expressam e se comunicam tanto com a linguagem quanto com o corpo e com as emoções.

Nesse campo de experiência, o corpo da criança ganha centralidade. Assim, a escola deve promover oportunidades para que ela possa explorar e vivenciar um amplo espectro de possibilidades.

Traços, sons, cores e formas
As crianças podem vivenciar experiências diversificadas, além de várias formas de linguagens e expressões, por meio do contato com diferentes manifestações culturais, artísticas e científicas no cotidiano da escola.

Essas experiências colaboram para que, desde muito cedo, os pequenos desenvolvam senso crítico e estético. Além disso, elas aprimoram o conhecimento de si mesmas, dos outros e da realidade na qual estão inseridas.

Assim, a Educação Infantil precisa possibilitar a participação das crianças em produções que envolvem música, dança, teatro, artes visuais e audiovisual. O objetivo é favorecer o desenvolvimento da criatividade, da sensibilidade e da expressão pessoal.

Escuta, fala, pensamento e imaginação
Durante a Educação Infantil, é necessário estimular os pequenos a ouvir e a falar, por meio de experiências que potencializam sua participação na cultura oral.

É escutando histórias, participando de conversas e ouvindo narrativas em múltiplas linguagens que a criança se estabelece ativamente como sujeito singular e pertencente a um grupo social.

O contato com a literatura infantil proposto e mediado pelo educador contribui para o desenvolvimento do gosto pela leitura, além de estimular a imaginação e ampliar o conhecimento de mundo. Ainda nesse sentido, a imersão na cultura escrita deve partir das curiosidades e dos conhecimentos prévios.

O contato com fábulas, contos, histórias e poemas, entre outros, também propicia a familiaridade com os livros e com os diferentes gêneros literários. Nesse convívio, as crianças vão desenvolvendo hipóteses sobre a escrita, que se apresentam, inicialmente, em forma de rabiscos.

Isso faz com que elas, aos poucos, conheçam as letras do alfabeto, mesmo que em caligrafias não convencionais e espontâneas. Porém, isso já indica sua compreensão da escrita como forma de comunicação e representação da língua.

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
As crianças estão inseridas em tempos e espaços de dimensões diferentes e sempre procuram se situar, seja em casas, ruas e bairros ou em entender o que é noite, dia, hoje ou ontem.

Elas também demonstram curiosidades sobre o mundo físico, como seu próprio corpo, os animais, as plantas, os fenômenos climáticos e as transformações da natureza. O mesmo ocorre com o mundo sociocultural e a busca para entender as relações sociais e de parentesco entre as pessoas conhecidas.

Portanto, a Educação Infantil deve fornecer experiências nas quais as crianças façam suas próprias observações, manipulem objetos, investiguem e explorem seu entorno, levantem hipóteses e consultem fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidades.

Veja qual é o papel dos professores na BNCC
O professor é o principal agente de aplicação da BNCC na Educação Infantil. Os profissionais encontrarão uma série de desafios e deverão aprender a desenvolver as competências do aluno, além de colocar a pedagogia diferenciada em prática e garantir todos os direitos de aprendizagem.

Para isso, o primeiro passo é capacitar os docentes. Sem a formação continuada, a BNCC não será concretizada. Porém, algumas questões ainda precisam ser respondidas, entre elas: como preparar os professores? Como fazer a implementação de forma igualitária?

Se quem está ensinando não souber sobre o que está falando, não será possível transmitir o conhecimento de forma correta para os alunos. Como existem profissionais em fase inicial e outros com anos de carreira, a melhor maneira de falar com pessoas tão distintas é mapeando as dificuldades individuais.

A formação dos docentes precisa estar atenta às demandas do século XXI e às necessidades dos alunos. Isso corresponde a receber uma formação contextualizada e que prioriza o protagonismo estudantil.

Atualmente, o professor não é mais apenas aquele que leciona. É importante saber dialogar com o aluno que, por sua vez, também ensina enquanto aprende. Assim, ele se torna corresponsável por um processo em que todos se beneficiam.

Dessa forma, a formação dos professores voltada inteiramente para as aulas expositivas deve ser aposentada. Nesse contexto, o foco deve ser na aprendizagem por meio de experiências práticas, pesquisas e pelo envolvimento com a família.

Para o mediador entrar em cena, ou seja, aquele que mostra caminhos, auxilia e orienta, deixando que o aluno trilhe a sua própria via na construção do conhecimento, é preciso que o professor na educação infantil se reinvente.

O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) elaborou um documento que orienta para o aprimoramento das políticas voltadas à formação continuada de professores, visando a implementação dos currículos adaptados à BNCC.

Para tal fim, é necessário entender quais são as reais necessidades dos educadores e como eles já estão contribuindo para a nova formação das crianças.

Conheça e saiba como desenvolver as competências previstas na BNCC
A BNCC definiu 10 competências gerais que são associações de conhecimentos de acordo com os princípios estéticos, políticos e éticos, com o objetivo de promover a formação humana em suas múltiplas dimensões.

Com isso, o ensino passa a perpetuar uma comunicação integral, mobilizando conhecimentos, valores, atitudes e habilidades para preencher as demandas do cotidiano. Assim, o crescimento do aluno como cidadão é incentivado.

Conheça cada uma das competências previstas e entenda como elas podem ser desenvolvidas nas escolas.

Conhecimento
Visa valorizar e utilizar o entendimento sobre o mundo físico, digital, social e cultural. Assim, é possível entender e explicar a realidade, além de continuar aprendendo e contribuindo com a sociedade.

Como incentivo ao desenvolvimento dessa competência, a escola pode incentivar a curiosidade, a vontade de aprender e relacionar o conhecimento com aplicações práticas.

Pensamento científico, crítico e criativo
Se refere a exercitar a curiosidade intelectual e a usar as ciências com criatividade e criticidade para averiguar causas, preparar e testar hipóteses, formular problemas e desenvolver soluções.

O foco do incentivo, aqui, está na mobilização para conquistar novas habilidades e desenvolver o processo cognitivo, como a memória, a atenção, a percepção e o raciocínio. Assim, o aluno investiga sobre o assunto e apresenta soluções com o conhecimento adquirido.

Repertório cultural
Essa competência objetiva valorizar as diversas manifestações culturais e artísticas para aproveitar e participar de práticas variadas dessas produções.

As escolas devem, então, promover uma maior consciência multicultural, com incentivo à experimentação e à curiosidade. Dessa maneira, o aluno pode se expressar com a arte, compreender sua identidade e desenvolver senso de pertencimento.

Comunicação
Permite usar diferentes linguagens para expressar e partilhar informações, ideias, experiências e sentimentos. A partir dessa competência, o aluno é capaz de produzir sentidos que levam ao entendimento mútuo.

Para isso, é importante promover o domínio de diferentes conjuntos da comunicação, da linguagem e do letramento, promovendo momentos de escuta e de fala, de forma que a criança se manifeste com interesse, respeito e curiosidade.

Cultura digital
Se refere a compreender, criar e utilizar tecnologias digitais de maneira crítica, significativa e ética. Assim, é possível que o aluno se comunique, acesse e produza informações e conhecimentos, resolva problemas e exerça seu protagonismo.

Nesse sentido, cabe à escola promover o contato com ferramentas digitais, linguagens de programação e produção multimídia. É importante que tudo seja feito de forma ética.

Trabalho e Projeto de Vida
A sexta competência pretende que o aluno aprenda a valorizar e a apropriar-se de experiências e conhecimentos para compreender o mundo do trabalho e tomar decisões mais alinhadas à cidadania e ao seu projeto de vida.

Tudo isso com criticidade, liberdade, autonomia e responsabilidade. O incentivo dessa habilidade inclui permitir a compreensão sobre o valor do esforço e desenvolver capacidades como autoavaliação e determinação.

Argumentação
Aprender a argumentar com base em dados, fatos e informações confiáveis é fundamental para a vida social. Isso permite formular, negociar e defender pontos de vista, ideias e decisões comuns.

A escola pode conscientizar sobre modos de expressão e incentivar o reconhecimento de pontos de vista diferentes, por meio de debates e rodas de conversa. Sempre com base nos direitos humanos, consumo responsável, consciência socioambiental e ética.

Autoconhecimento e autocuidado
O oitavo ponto é referente a conhecer-se e compreender-se na grande diversidade humana e, a partir do seu entendimento como indivíduo, aprender a apreciar a si mesmo.

O objetivo é gostar de cuidar da própria saúde física e emocional, reconhecendo suas emoções e as dos outros, mantendo a autocrítica.

O incentivo vem do reconhecimento dos sentimentos e das emoções e como eles influenciam em suas atitudes. O ambiente escolar precisa desenvolver as habilidades emocionais individuais para formar cidadãos mais equilibrados e seguros.

Empatia e cooperação
O exercício da empatia, do diálogo, da cooperação e da resolução de conflitos serve para propagar o respeito e promover o apreço ao outro e aos direitos humanos. Tudo isso deve ocorrer com o acolhimento e com a valorização da diversidade, sem qualquer tipo de preconceito.

A escola deve, então, incentivar o diálogo e a atuação do interlocutor como mediador de conflitos e acolhedor da perspectiva do outro, sempre se colocando no lugar do colega.

Responsabilidade e cidadania
A última competência se refere a como agir pessoal e coletivamente com responsabilidade, autonomia, resiliência, flexibilidade e determinação, para tomar decisões com base em princípios democráticos, éticos, inclusivos, solidários e sustentáveis.

A sala de aula pode ser um ambiente que expõe problemas atuais e promove a participação ativa na avaliação e resolução dessas questões, considerando desafios como interesses individuais e valores conflitantes.

Saiba como garantir os direitos de aprendizagem em seus alunos
Outro grande desafio para as escolas é efetivar cada um dos seis direitos de aprendizagem definidos pela BNCC na Educação Infantil. Entenda, a seguir, o que diz cada um deles e como o educador pode trabalhar em sala de aula.

Conviver
Direito de conviver com outros indivíduos, em pequenos e grandes grupos, usando diferentes linguagens e aumentando o conhecimento de si e do outro. É importante manter o respeito em relação às diferenças pessoais e culturais.

Para isso, a escola pode oferecer situações em que as crianças consigam interagir e brincar com os colegas. Jogos, por exemplo, promovem oportunidades de convívio nas quais é necessário respeitar regras.

Brincar
Brincar diariamente, em diferentes formas, espaços e tempos, com vários companheiros, amplia e diversifica o acesso dos pequenos às produções culturais.

Além disso, as brincadeiras desenvolvem a imaginação, os conhecimentos, a criatividade, as experiências corporais, sociais, emocionais, sensoriais, cognitivas e relacionais.

Para garantir esse direito, as recreações devem estar presentes na rotina da criança. Elas precisam ser variadas e planejadas, acontecendo em espaços abertos e fechados, em pequenos e grandes grupos, assim por diante.

Dessa forma, os alunos também constroem a autonomia e escolhem suas atividades favoritas, criam as próprias regras, inventam desafios e brincam livremente.

Participar
A BNCC diz que é importante para o aluno participar ativamente, com outras crianças e outros adultos, tanto do planejamento da gestão escolar e das atividades de aprendizado infantil sugeridas pelo professor quanto da realização das ações da vida cotidiana.

Isso inclui envolver-se com a escolha dos materiais, das brincadeiras e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e produzindo conhecimento, se posicionando e tomando decisões.

Uma boa forma de garantir esse direito é propondo a construção de casinhas de brinquedo. O educador pode planejar como ela será montada, separar os materiais e pedir para os alunos que a construam. Isso permite que eles decidam a estrutura, a cor, e assim por diante.

Explorar
Explorar gestos, movimentos, formas, sons, texturas, palavras, cores, transformações, histórias, relacionamentos, emoções, elementos da natureza e objetos, dentro e fora da escola, amplia os saberes sobre a cultura.

Isso ocorre em suas diferentes modalidades: na escrita, nas artes, na tecnologia e na ciência. Para isso, é essencial permitir que os pequenos explorem os materiais sozinhos.

Expressar
A BNCC na Educação Infantil diz que a criança tem o direito de expressar, como sujeito criativo, dialógico e sensível, suas emoções, necessidades, dúvidas, sentimentos, descobertas, hipóteses, questionamentos e opiniões — novamente, por meio de diferentes linguagens.

Assim, a escola pode promover momentos de fala em rodas de conversa para que os pequenos tenham esse direito garantido. Outra opção é criar assembleias e conselhos em que eles possam votar e argumentar sobre decisões que afetam o coletivo.

Conhecer-se
Conhecer-se e construir sua identidade social, cultural e pessoal, criando uma imagem positiva de si e de seu grupo de pertencimento, nas diversas experiências e interações vivenciadas dentro e fora do ambiente escolar.

Boa parte das práticas ajudam a garantir esse direito, mas novas ações estratégicas podem ser pensadas. Para os bebês, por exemplo, é possível deixá-los em frente a espelhos para que se observem.

Conclusão
Como é possível perceber, é muito importante que a escola vá além dos conteúdos básicos e efetive uma proposta voltada para uma formação humana com cidadania e ética. Para isso, é necessário adaptar e inserir temas conectados às necessidades da sociedade atual no contexto educacional.

Os impactos da BNCC na Educação Infantil serão profundos e positivos, especialmente no que diz respeito à normalização dos assuntos ministrados. Dessa forma, o ensino tende a se tornar mais humanizado e mais relacionado com as demandas das gerações atuais.


Fontes:https://educacaoinfantil.aix.com.br/bncc-na-educacao-infantil-o-guia-completo/

http://download.basenacionalcomum.mec.gov.br/

http://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2017/03/BNCC-Guia-de-Leitura.pdf

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Clássicos da literatura infantil





Os clássicos são aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram ou mais simplesmente na linguagem ou nos costumes.
Calvino (1993)


Mesmo depois de décadas ou séculos, algumas histórias não saem de moda e sempre deixam algo com que sonhar e aprender

Alice no País das Maravilhas – Lewis Carroll

Publicada pela primeira vez em 1865, a história das aventuras de Alice já renderam diversas adaptações para o cinema e o teatro. Quase todo mundo conhece o enredo básico do conto: a menina Alice cai numa toca de coelho e acaba num mundo povoado por estranhos e absurdos personagens. Mas que tal experimentar a narrativa original e descobrir o país das maravilhas pelas páginas de Lewis Carrol?

Contos de Grimm – Wilhelm e Jacob Grimm

Com certeza você e seus filhos já conhece algumas das histórias maravilhosas compiladas pelos irmãos alemães, como Rapunzel, João e Maria ou João e o Pé de Feijão. Trabalhando em uma biblioteca, os dois tinham acesso a manuscritos de todo o tipo e começaram a compilar e depurar os textos, adaptando-os para o seu público-alvo. Além das fontes impressas, os irmãos também colheram contos da tradição oral, entrevistando parentes e conhecidos em busca das histórias que hoje embalam nossas fantasias.

Contos de Perrault – Charles Perrault

O francês Perrault pode ser considerado com um dos criadores do gênero que hoje de entende como “contos de fadas”. Nascido em 1628, ele deu tratamento literário às histórias folclóricas e da tradição oral, e por isso é chamado de pai da literatura infantil. Entre os seus contos mais conhecidos estão Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida e o Gato de Botas. Muitos dos contos de Perrault acabaram sendo usados pelos irmãos Grimm em suas publicações.


Fábulas – Monteiro Lobato

O brasileiro Monteiro Lobato apresenta uma série de fábulas, muitas das quais de autoria de fabulistas famosos como Esopo e La Fontaine. As historietas são sempre breves e terminam com um pequeno ensinamento moral. Pode render bons momentos em família e fazer os pequenos refletirem.

O Pequeno Príncipe – Antoine de Saint-Exupéry

Um piloto perdido no Saara é acordado por um menino de cabelos dourados que lhe pede para desenhar um carneiro. Sim, esse é o começo de um livro que já encantou milhões de pessoas e continua a encantar. A história foi traduzida para mais de 200 línguas e é reconhecida como um clássico da literatura. E não se iluda pensando que é só mais uma história para crianças. Os adultos também têm muito aprender com a leitura.

Reinações de Narizinho – Monteiro Lobato

Publicado em 1931, o livro apresenta aos leitores o mundo do Sítio do Pica-pau Amarelo, local das aventuras da personagem-título. Impossível não se encantar com esse clássico nacional e seus personagens queridos e ao mesmo tempo polêmicos. É um bom livro para ler com os pequenos e depois conversar com eles sobre as atitudes e pensamentos dos personagens.


Listas de Clássicos de Literatura Infantil


Época de ouro dos clássicos infantis”, quando esse gênero se destacou com clareza da literatura para adultos. Surgem várias obras intencionalmente dirigidas para os pequenos:

1. As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Bruxa e o Guarda-roupa (1950) – C. S. Lewis
2. Alice no País das Maravilhas (1865) e Alice do Outro Lado do Espelho – Lewis Carroll
3. A Ilha do Tesouro – Robert Louis Stevenson
4. O Senhor dos Anéis (1954) – J. R. Tolkien
5. O Vento dos Salgueiros (1908) – Kenneth Grahame
6. As Aventuras do Ursinho Puff (1926) – A. A. Milne
7. As Aventuras de Pinóquio (1883) – Carlo Collodi
8. Peter Pan (1906) – James M. Barrie
9. O Mágico de Oz (1900) – L. Frank Baum


Hans Christian Andersen (Dinamarca - 1805-1875)

              Andersen, diferentemente de Perrault e dos irmãos Grimm, não se limitou a recolher e recontar as histórias tradicionais que corriam pela boca do povo, fruto de uma criação secular coletiva e anônima. Ele foi mais além e criou várias histórias novas (mais de 150), seguindo os modelos dos contos tradicionais, mas trazendo sua marca inconfundível – uma visão poética mistura com melancolia. Relação de sua obra:

O Patinho Feio (1843)
Os Sapatos Vermelhos (1845)
O Rouxinol e o Imperador da China (1843)
A Pastora e o Limpador de Chaminés (1845)
Os Cisnes Selvagens (1838)
João Bobo (1855)
O Soldadinho de Chumbo (1838)
A Roupa Nova do Rei (1837)
A Pequena Vendedora de Fósforos (1848)
A Polegarzinha (1835)
O Menino Mau (1835)
O Companheiro de Viagem (1835) – novela
A Sereiazinha (1837) – pequeno romance
As Galochas da Felicidade (1838 – 1850)
A Margarida (1838)
As Cegonhas (1839)
O Guardador de Porcos (1841)
O Anjo (1843)
Namorados (1843)
A Mãe Sabugueiro (1845 – 1849)
A Agulha de Passajar (1845 – 1847)
O Sino (1845 – 1849)
O Monte dos Elfos (1845)
Saltadores (1845)
Holger Danske (1845)
A Sombra (1847)
A Casa Antiga (1848)
História de uma Mãe (1847 – 1848)
O Colarinho Postiço (1847 – 1848)
Pesar (1952)
Tudo no seu devido lugar! (1852) – novela
Em Milênios (1852)
Cinco ervilhas numa viagem (1852 – 1855)
Não prestava para nada (1852 – 1855)
A última pérola (1853)
A Pedra Filosofal (1855) – novela
A Jovem Judia (1855 – 1863)
Sopa de uma ponta de salsicha (1858)
O barrete de noite do moço da pimenta (1858) – pequeno romance
Algo (1858)
A filha do Rei da Lama (1858)
O Príncipe Mau: uma saga (1840 – 1868)
O Vento conta a história de Valdemar Daae e das filhas (1859)
A Jovem que pisou o pão (1859)
Um pedaço de um fio de pérolas (1859)
A Criança na Sepultura (1859)
Uma história das dunas (1859) – novela
O Homem dos Fantoches (1851 – 1868)
Doze na Mala-posta (1861) – alegoria dos doze meses do ano
O Escaravelho (1861) – fábula
A Musa do Novo Século (1861)
A Donzela do Gelo (1861) – romance
Psique (1861) – conto de natureza alegórica
Os Fogos-fátuos estão na cidade (1865)
O Xelim de Prata (1861 – 1865)
O Bispo de Boerglum e seus Parentes (1865)
O Tesouro (1865)
A Tempestade troca as tabuletas (1865)
O Duende e a Madame (1867 – 1868)
Guardado não é esquecido (1866)
Filho de porteiro (1866) – pequeno romance
A Campânula Branca (1862 – 1866)
A Comadre (1866)
O Sapo (1866)
O Livro ilustrado do Padrinho (1868) – romance
A família de Margarida das Galinhas (1869) – romance
A Sorte de estar num Pauzinho (1870 – 1872)
O Cometa (1869 – 1872)
Os dias da semana (1868 – 1872)
Que se pode imaginar (1869)
O bisavô (1870 – 1872)
A grande serpente marinha (1871 – 1872)
O jardineiro e o senhor (1872)
A pulga e o professor (1872)
A chave da porta (1872)
O aleijadinho (1872)
A tia Dor-de-dente (1872)


Monteiro Lobato (1882 – 1948)

José Bento Monteiro Lobato foi personagem extremamente popular no Brasil, entre os anos de 1935 e 1948 - enquanto vivo - e a sua popularidade, principalmente como autor de livros infantis, estendeu-se até boa parte da década de 50.      
            Foi o autor que mais escreveu para crianças em todo o mundo, sendo a sua obra considerada a mais extensa de literatura infantil de que se tem notícia. No período de 1925 a1950, foram vendidos um milhão e meio de exemplares de seus livros. 
            Nesse período de aproximadamente 20 anos pelo menos duas gerações de brasileiros que hoje estão na faixa de 40 a 65 anos, leram a obra infantil de ML, editada aos milhões de exemplares - levando-se em consideração a época em que a mídia mais poderosa era o rádio, e não voltada ao público infantil, não existia televisão e eram poucas as opções de lazer.7
            Lobato também traduziu e adaptou os livros infantis: Contos de Grimm, Novos Contos de Grimm, Contos de Andersen, Novos Contos de Andersen, Alice no País das Maravilhas, Alice no País dos Espelhos, Robinson Crusoé, Contos de Fadas, Robin Hood e Mogli. Sua obra conta com cerca de 30 livros para adultos e mais de 20 livros escritos para as crianças (Sítio do Picapau Amarelo):

1920 – A Menina do Narizinho Arrebitado
1921 - O Saci
1922 - Fábulas
1927 - As aventuras de Hans Staden
1930 - Peter Pan
1931 - Reinações de Narizinho
1932 - Viagem ao céu
1933 - História do mundo para as crianças
1933 - Caçadas de Pedrinho
1934 - Emília no país da gramática
1935 - Aritmética da Emília
1935 - Geografia de Dona Benta
1935 - História das invenções
1936 - Dom Quixote das crianças
1936 - Memórias da Emília
1937 - O poço do Visconde
1937 - Serões de Dona Benta
1937 - Histórias de Tia Nastácia
1939 - O Picapau Amarelo
1939 - O Minotauro
1941 - A reforma da natureza
1942 - A chave do tamanho
1944 - Os doze trabalhos de Hércules
1947 - Histórias diversas


 1. Lista de Clássicos da Literatura Infantil Brasileiros

Lista com os grandes clássicos que fizeram a história da literatura infantil brasileira, sob consultoria da renomada escritora infantil Tatiana Belinky. São títulos que vêm emocionando, divertindo e inspirando várias gerações de leitores. Todos receberam prêmios importantes e são reconhecidos pela crítica especializada:

1. Reinações de Narizinho – Monteiro Lobato
2. A bolsa amarela – Lygia Bojunga
3. Chapeuzinho Amarelo – Chico Buarque
4. A Operação do Tio Onofre - Tatiana Belinky
5. Bisa Bia Bisa Bel – Ana Maria Machado
6. A Arca de Noé – Vinícius de Moraes
7. Lúcia Já-Vou-Indo – Maria Heloísa Penteado
8. O Gênio do Crime - João Carlos Marinho
9. Xisto no Espaço - Lúcia Machado de Almeida
10. Marcelo, Marmelo, Martelo - Ruth Rocha
11. A Bruxinha Atrapalhada - Eva Furnari
12. Uni Duni Tê – Angela Lago
13. O Fantástico Mistério da Feiurinha – Pedro Bandeira
14. Pluft, o Fantasminha - Maria Clara Machado
15. A Fada Que Tinha Ideias – Fernanda Lopes de Ameida
16. A Vida íntima de Laura – Clarice Lispector
17. Ou Isto ou Aquilo – Cecília Meireles
18. O Vovô Fugiu de Casa – Sérgio Caparrelli
19. Tonzeca, O Calhambeque – Camilla Cerqueira Cesar
20. A Vaca Proibida – Edy Lima
21. O Menino Mágico – Rachel de Queiroz
22. Uma ideia toda azul – Marina Colasanti
23. A Vaca Mimosa e a Mosca Zenilda – Sylvia Orthof
24. O Menino Maluquinho – Ziraldo
25. Poemas Para Brincar – José Paulo Paes 


2. Lista da Folha de São Paulo publicada em 14/04/2007 

Elaborada por 17 especialistas. Cada especialista indicou uma lista com dez livros (nacionais ou internacionais) que julgou importante para a formação dos pequenos leitores:


"Alice no País das Maravilhas" - Lewis Carroll 
"Bisa Bia, Bisa Bel" - Ana Maria Machado
"O Bichinho da Maçã” - Ziraldo
"A Bolsa Amarela" - Lygia Bojunga
"Chapeuzinho Amarelo" - Chico Buarque
"O Gênio do Crime" - João Carlos Marinho
"Histórias Maravilhosas de Andersen" - Hans Christian Andersen
"História Meio ao Contrário" -  Ana Maria Machado
"Menina Bonita do Laço de Fita" - Ana Maria Machado
"Ou Isto ou Aquilo" - Cecília Meireles
"O Mágico de Oz" - Lyman Frank Baum
"Reinações de Narizinho" - Monteiro Lobato
"Fábulas" – Monteiro Lobato
"Marcelo, Marmelo, Martelo e Outras Histórias" – Ruth Rocha
"Sua Alteza, a Divinha - Um Conto do Nosso Folclore" – Angela Lago
"O Menino Maluquinho" -Ziraldo
"As Aventuras de Tom Sawyer" - Mark Twain
"A Arca de Noé" - Vinícius de Moraes
"A Fada que Tinha Ideias" - Fernanda Lopes de Almeida
"Exercícios de Ser Criança" - Manoel de Barros
"A Bruxinha Atrapalhada" – Eva Furnari
"Contos de Grimm" - Wilhelm e Jacob Grimm
"Contos de Perrault" - Perrault
"Corda Bamba” - Lygia Bojunga
"De Não em Não” -  Bartolomeu Campos de Queiróz
"Dengos e Carrancas de um Pasto" - Jorge Miguel Marinho
"Diário de um Gato Assassino" - Anne Fine
"Doze Reis e a Menina no Labirinto do Vento" – Marina Colasanti
"Os Doze Trabalhos de Hércules" - Monteiro Lobato
"É Isso Ali" - José Paulo Paes
"Faca Afiada" - Bartolomeu Campos de Queiróz
 "A Flor do Lado de Lá" - Roger Mello
"Histórias de Bobos, Bocós, Burraldos e Trapalhões" - Ricardo Azevedo
"Um Homem no Sótão" - Ricardo Azevedo
"Indez" - Bartolomeu Campos de Queirós
"Indo Não Sei Aonde Buscar Não Sei O Quê" - Angela Lago 
"Lin e o Outro Lado do Bambuzal" - Lúcia Hiratsuka
"A Maior Flor do Mundo" - José Saramago
"Mania de Explicação" - Adriana Falcão
"Memórias da Emília" – Monteiro Lobato
"O Menino que Espiava pra Dentro" - Ana Maria Machado
 "O Menino Quadradinho” -  Ziraldo
"Meninos do Mangue" - Roger Mello
"Meu Livro de Folclore" -  Ricardo Azevedo
"As Mil e Uma Noites - Volumes 1 e 2"
"Os Miseráveis" - Victor Hugo
"A Moça Tecelã" -  Marina Colasanti
"Não Olhe Atrás da Porta" - Lia Neiva
"As Narrativas Preferidas de um Contador de Histórias - Ilan Brenman
"No Olho da Rua" - Georgina Martins
"Nossa Rua Tem um Problema" - De Ricardo Azevedo
"O Olho de Vidro do Meu Avô" - Bartolomeu Campos de Queirós
"Onde Tem Bruxa Tem Fada” -  Bartolomeu Campos Queirós
"Palavras, Palavrinhas e Palavrões" - Ana Maria Machado
"Um Passarinho Me Contou" - José Paulo Paes
"Pé de Pilão" - Mário Quintana
"O Pequeno Nicolau" - René Goscinny
"Pererêêê Pororóóó" - Lenice Gomes
"Peter Pan" - James Barrie
"Poemas para Brincar" - José Paulo Paes
"Poesia Fora da Estante" (volumes 1 e 2) - Vera Aguiar, Sissa Jacoby e Simone Assumpção (org.)
"(O) que os Olhos Não Vêem" - Ruth Rocha
"Raul da Ferrugem Azul" - Ana Maria Machado
"Restos de Arco-Íris" - Sérgio Capparelli
"Os Rios Morrem de Sede” - Wander Piroli
 "Sabedoria das Águas” - Daniel Munduruku
"Seis Vezes Lucas" - Lygia Bojunga
"O Sofá Estampado" -  Lygia Bojunga Nunes
"A Televisão da Bicharada" - Sidônio Muralha
"Todo Cuidado é Pouco!" - Roger Mello
"Viagem ao Céu" - Monteiro Lobato
"A Vida Íntima de Laura" - Clarice Lispector”
"A Vida e Outra Vida de Roberto do Diabo" - Ricardo Azevedo


Fontes:

https://www.semprefamilia.com.br/nove-classicos-da-literatura-infantil-que-toda-familia-deveria-ler/

http://educarparacrescer.abril.com.br/classico-infantil/

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u70169.shtml

MACHADO, Ana Maria. Como e porque ler os clássicos universais desde cedo. Rio de Janeiro, Objetiva, 2002.

Fonte: ANDERSEN, Hans Christian. Contos de Hans Christian Andersen. São Paulo, Paulinas, 2011.

https://baudashistoriasepoemas.blogspot.com/2015/04/listas-de-classicos-de-literatura.html


Sugestão de livro



Com 52 narrativas de 33 países dos cinco continentes, essa coletânea inclui clássicos como "Chapeuzinho Vermelho" e histórias cuja difusão se restringiu a determinadas culturas, como "Soliday e o corvo", da Jamaica. Alguns contos pouco conhecidos no Brasil, como o tcheco "A raposa manca", assemelham-se a narrativas famosas, como "O Gato de Botas". Todas as histórias são complementadas por informações paralelas sobre sua origem, seu tema e seus símbolos, sobre locais e personagens relacionados com os protagonistas, sobre o país e a época em que teriam se desenrolado, etc. Desenhos, quadros famosos e fotografias compõem o material iconográfico e ajudam a dar a esse livro o caráter de uma "história das histórias". A pesquisa e a organização do volume são do inglês Neil Philip, especialista em mito e folclore na literatura infantil.Título Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - FNLIJ 1998, categoria tradução/criança



"O folclore, ou a cultura popular, é um dos modos de expressão que melhor refletem o pensamento, o sentimento e a atuação de um povo. Transmitido oralmente de geração a geração, ele ajuda a compor a memória da nação, e é a memória que nos dá consciência e auto-estima." Silvana Salerno inicia dessa maneira a apresentação de Viagem pelo Brasil em 52 histórias, volume que reúne lendas e contos populares tradicionais de nosso país. Antropólogos, etnógrafos, pesquisadores e folcloristas - como Herbert Baldus, Egon Schaden, Cláudio e Orlando Villas-Boas, Darci Ribeiro, João Ribeiro, Basílio de Magalhães, Afonso Arinos, Artur Ramos, Sílvio Romero e Mário de Andrade - serviram de inspiração para essas histórias que recobrem as cinco regiões do Brasil, montando um painel de nossa cultura popular. Cada narrativa é permeada de quadros explicativos ilustrados com fotos e desenhos que, nas laterais das páginas, informam sobre a geografia, a botânica, a zoologia, a história, a economia e a cultura do país. O número 52 foi escolhido para que o leitor tenha uma história nova para ler a cada semana, durante um ano inteiro, viajando do Amapá ao Rio Grande do Sul, percorrendo vilarejos e metrópoles, interior e capitais, praias, mata e sertão. São relatos variados - mistura representativa dos diversos povos que fizeram do Brasil um país plural e etnicamente multifacetado -, como "Cobra Norato", "A história do guaraná", "O romãozinho", "A Moura torta", "João Mata-Sete", "A Rainha do Mar", "O amigo-da-onça", "A lenda do mate", "O Negrinho do Pastoreio", a história de São Sepé, a de Zumbi, a de Lampião, a do padre Cícero, entre muitos e muitos outros.



Uma charmosa edição de bolso para acompanhar pais e filhos pelo resto da vida. Em um só volume encadernado, as mais famosas histórias infantis, em suas versões originais, sem adaptações, de Grimm, Perrault e Andersen, entre outros. Nesses contos de fadas, bruxas, princesas, encantamentos e finais felizes! O livro inclui:Cerca de 90 pinturas e desenhos, muitos deles raros, de ilustradores célebres como Gustave Doré; Biografia dos autores A versão impressa apresenta capa dura e acabamento de luxo.




Monteiro Lobato”, escreve Cornélio Pires, eminente etnógrafo da cultura e do dialeto caipiras da primeira metade do século XX, “é incontestavelmente um moço de muito talento e de magnífica organização literária. O seu estilo simples e claro atrai, prende, enleva e delicia”. Passados mais de 65 anos da morte do escritor, difícil não nos deliciarmos com as histórias reunidas neste Contos completos, que a Biblioteca Azul, da Globo Livros, acaba de lançar. O volume compila todos os contos de Urupês (1918), Cidades mortas (1919), Negrinha (1920) e O macaco que se fez homem (1923) e ainda traz um bônus que revitaliza as pesquisas sobre o autor no Brasil: uma vasta fortuna crítica que posiciona e transporta o leitor de hoje à atividade literária feita na época. Estão presentes contos clássicos como “Meu conto de Maupassant”, “Bucólica”, “Cavalinhos”, “As fitas da vida”, “O bom marido”, entre dezenas de outras histórias. A apresentação, assinada pela pesquisadora Beatriz Resende, reitera ao leitor de hoje, seja ele conhecedor ou não já da obra lobatiana, a relevância de ler os contos para compreender nosso país e conhecer a verdadeira história do modernismo no Brasil. Sem Urupês, primeiro livro de contos do autor, nossos artistas teriam tomado outros rumos nas fases seguintes do movimento. Foi o livro que deu as bases para os motores das vanguardas no país. Qualquer crítica social que se faça a Lobato se esvai quando notamos, na apreciação atenta de suas narrativas, que determinadas falas funcionam como um eco da sociedade de então, com seus preconceitos e suas amarras. Merece especial atenção o cuidado editorial do volume, totalmente ilustrado com imagens de acervo pessoal da família da Lobato. São fotos de momentos da vida íntima do autor, com a família, e que reportam também, ao passo que as histórias avançam cronologicamente quanto à data de publicação, a transformação do campo e das cidades. A fortuna crítica, ao fim do volume, foi selecionada a partir do precioso arquivo pessoal de Maria Pureza Natividade Monteiro Lobato, a dona Purezinha, esposa de Lobato, que, durante anos, recortava as notícias relacionadas ao marido e as colava num álbum. Conta com uma carta de Oswald de Andrade a Lobato, além de críticas de Lima Barreto, Agripino Grieco, José Lins do Rego, Caio Prado Júnior, entre outros. Referências que recuperam matérias, resenhas e artigos que foram escritos contemporaneamente à produção de Lobato.